A Culpa é Do Porco!

Um dos primeiros presentes que recebemos quando comprámos a casa nova, foi um porquinho preto, com um ar muito simpático, ideal para memorandos. É feito num material cerâmico, muito mais liso do que a ardósia, mas que também serve para escrever com giz.
E quando eu saio de casa, e que vou mais em cima da hora - que é mais ou menos todos os dias -, costumo deixar recados ao meu homem na barriga do porco. Sim, podia deixar no frigorífico. Ou podia ligar-lhe ou deixar mensagem, mas não, escrevo no porco - e não é tarefa fácil que o raio do suíno é gordo - e deixo-o estrategicamente colocado na cozinha de modo a que o meu namorado leia o recado. Deixo-o no fogão, na mesa da cozinha... Em locais bem visíveis.
Mas o mais incrível é que o meu homem nunca lê os recados. Nunca. E a desculpa é porque como está habituado ao porco a decorar a cozinha nem repara. Hã? Então mas eu tiro o porco do sítio dele.
Pois é, namorado, apesar de tu, em algumas das vezes teres mesmo feito o que o recado dizia - porque reparavas que a roupa estava para pôr a secar ou a loiça para pôr a lavar -, e apesar de executares muitas mais tarefas domésticas do que eu, essa do ah, e tal, não vi o porco!, não cola. Acho que vou arranjar um porco com um megafone. Melhor, uma manada*.

|Imagem - Minha|

*Vara = Manada de gado suíno, para os mais puristas!