*B*, a Sonhadora

Eu sempre sonhei imenso. Adoro sonhar e lembrar-me do que sonhei. Mas o mais fantástico nos sonhos - pelo menos nos meus -, é o facto de eu conseguir controlar o sonho. Até mesmo quando este é mais um pesadelo, dou por mim a pensar que não há problema, que não vou cair da torre nem vou morrer afogada porque tudo aquilo não passa de um sonho mau.
Mas ultimamente tem sido demais. Tenho sonhado demasiados disparates. Já sonhei que o Michael Bublé tinha vindo cá a casa convidar-me para trabalhar na empresa dele (eu ia, oh se ia!). Já sonhei que estava na Manta Rota e ao chamar o vendedor para comer uma bola de Berlim dou de caras com o Zezé Camarinha (do you want your ball with cream? Put the cream!). Enfim, cada um pior do que o outro.Mas há duas noites, sonhei a maior parvoíce de todas. Tudo começou na semana passada. Eu estava no meu carro, num estacionamento, à procura de lugar. De repente, vejo uma aranha pequenina no meu pára-brisas. Não tenho muito medo de aranhas, mas o pior é que não conseguia distinguir se esta estava por fora ou por dentro. Accionei o limpa pára-brisas e ela voou. Uns dias depois, voltou a acontecer. Mas duas ao mesmo tempo. Uma no vidro da frente e outra do meu lado. Desconfio que tenho alguma povoação de aranhas encafuadas por debaixo do capot. Pedi ao S para averiguar a situação, mas ele ainda não o fez.
E perguntam vocês: mas que raio tem isto a ver com os sonhos? Tem a ver que passei a noite toda a sonhar que as aranhas me enviavam e-mails ameaçadores para eu não conduzir o meu carro. E quanto mais os apagava, mais elas enviavam.

Estúpidas.

|Imagem - Eva Mendes|