A M era uma miúda muito querida mas fácil de enganar como tudo. Era impossível não magicar uma história atrás da outra para brincar com ela. E caía (quase) sempre em todas. Aquelas ditas com ar sério, como se fosse um médico que dá uma notícia triste ao paciente. E eu adorava brincar com ela. Vestia a minha personagem de mulher-que-não-goza-com-coisas-sérias-que-me-cai-tudo-em-cima e lá contava mais uma história daquelas que não lembram ao Diabo. Mas desta vez tinha sido ambiciosa. A história tinha duas saídas: ou acreditava que era mesmo assim ou era logo apanhada e a M ficava dois dias sem me falar.E lá começo eu. Dei uma volta tal à conversa num grupo de amigos, que arranjo forma de chegar aos meus Pais adoptivos. Adoptivos?, pergunta a M – que previsível! M, vais-me dizer que não sabias?!, continuo eu. Não sabia mesmo que eras adoptada, *B*. - Sim, a minha Mãe biológica não queria ter filhos mas um dia engravidou. Como tomava a pílula religiosamente sem nunca se ter atrasado meia-hora que fosse na toma, processou a Schering defendendo que eu fui um acidente e que tinha havido algum problema naquele lote de contraceptivos orais e que eu nunca devia ter nascido. Perdeu o processo mas ainda assim deu-me para adopção. Os meus Pais, que sempre quiseram adoptar um filho, levaram-me para casa. E sou muito feliz, completei eu.
E foi depois de ver o seu ar apreensivo seguido de uma palavra de consolo, que achei que era melhor contar-lhe a verdade. A M era uma rapariga inocente de tal forma que não duvidou de mim por um segundo. Ficou chateada comigo, mas depois riu-se. Foi a história mais parva que já inventaste, mas eu gosto de ti assim, *B*!
Mas não é esta a moral da história. A M era - e sei que ainda é - uma mulher crescida com a inocência duma criança e eu sempre a admirei por isso. Mas infelizmente vivemos num Mundo que atropela as pessoas genuínas como ela e ainda faz marcha-atrás. É carne para canhão. É como deitar um cordeiro aos leões. Lamento este Mundo, mas é o que temos.
E foi depois de ver o seu ar apreensivo seguido de uma palavra de consolo, que achei que era melhor contar-lhe a verdade. A M era uma rapariga inocente de tal forma que não duvidou de mim por um segundo. Ficou chateada comigo, mas depois riu-se. Foi a história mais parva que já inventaste, mas eu gosto de ti assim, *B*!
Mas não é esta a moral da história. A M era - e sei que ainda é - uma mulher crescida com a inocência duma criança e eu sempre a admirei por isso. Mas infelizmente vivemos num Mundo que atropela as pessoas genuínas como ela e ainda faz marcha-atrás. É carne para canhão. É como deitar um cordeiro aos leões. Lamento este Mundo, mas é o que temos.
|Imagem - Amber Brkich|
19 comentários:
eu gosto muito de fazer isso, mas com todo o tipo de pessoas :$ shame on me! LOL. mas a moral da história é mesmo essa.. ah, e achei a M querida, não me perguntes porquê :)
E é imenso, Kikas! Um amor de pessoa!
:)
Eu concordo Kikas. A M é querida :)
E tu és cá uma diabinha :P
Beijinhos
a ingeniudade é um dom, mas perigoso ao mesmo tempo. Eu ca gostava de n ser tao ingenua no qe toca ao amor..
E depois eu é que sou "terrible"!;)
Ser ingénuo tem as suas desvantagens... mas é tão bonito.
Pois eu acho que essa ingenuidade deve ser valorizada e apreciada.
Quanto à nossa sociedade, tem tantas coisas erradas, esta é só mais uma.
a M vai sofrer muito... Espero que nunca ng se aproveite dela para a magoarem! com tanta inocencia e bom coraçao é um alvo facil!
bjinho*
És tão mázinhaa :b
Acho que toda a gente tem um amigo ou amiga assim!! Eu também tenho.. Se bem que agora o contacto não é o mesmo... Mas sempre que estou com Ela, vejo que continua a mesma e e eu Adoro-a... 8)
Bjinho*
Concordo e acho que isto tá cada vez pior :/
Revejo-me um pouco na M. Já fui assim, como ela, e acreditava em toda a gente e é claro que esse acreditar trouxe-me problemas. Mas as pessoas que se aproveitavam dessa minha inocência, não eram como tu, não. Eram mesmo más e faziam as coisas por pura maldade, para tirar proveito. Felizmente, caí uma, duas vezes, e depois abri os olhos.
Ainda mantenho alguma dessa inocência. Mas à custa de tantos atropelos e sucessivas marcha-atrás dos outros é inevitável, agora, não ter, não um, mas os dois pés atrás em determinadas situações. :)
Beijinhos :)
Bemmmmm *B*, que mente imaginativa!!
Em relação à M., tens toda a razão, as pessoas assim sofrem muito ao longo da vida...
acho que a verdade é sempre o melhor, há pessoas que ficam bastante magoadas com simples mentiras, mesmo as mais pequenas.
e sim é este o mundo em que vivemos, bah!
beijoka*
pena é q a bestas ordinárias q se aproveitam desses cordeiros inocentes para se safarem *B*.
As historias q contavas eram brincadeiras e tambem ajo assim loll.
O problema dessa moça é se ele for assim no mundo do trabalho.... bjo grande,.
Eu sou assim...e nem imagino brincar/gozar/inventar uma mentira parva, para ver outro a caír nela...:/ É estranho este Mundo onde vivemos..
Estou com a S*: ser ingênuo, embora seja desvantajoso, algumas vezes, é bonito. Porque quando a gente perde a inocência e fica degostoso, passa a não acreditar em mais nada. E ainda sabendo que a qualquer momento você pode dizer uma mentirinha, passa também a não acreditar nas suas verdades. E você ainda vira alguém desacreditado, o que é horrível, caso realmente um dia você precise que alguém confie em você, mesmo sem provas, numa história que parece ridícula, e tão parecida com tantas outras mentirinhas de antes. Mas a vida às vezes é boazinha, e talvez não deixe que você passe por isso.
Beijos e pétalas.
Não fosse o perigo que é ser assim, seria até bonito :)
[ Ó sua pequena mente maquiavélica, inventaste tudo na altura, a cena do processo e tudo? Ahah, genial! ]
Sim, eu fui mázinha, mas brincava com a M, não costumo gozar com as pessoas... Odeio que o façam, até, mas a minha brincadeira foi uma brincadeira de AMIGA... O nosso Mundo é mesmo muito cruel!
Obrigada a todos :)
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