*B*, a Mimada

Não sei se é do género ou da parvoíce, mas há alturas em que mando assim umas piadas para o ar, na tentativa de receber um mimo do meu namorado. Na maior parte das vezes, saio-me mal. Os mimos têm de ser espontâneos, não forçados, diz ele.

[Ontem:]

*B*: Não sei o que viste em mim, não sou assim tão bonita! - digo eu, do nada, em mais uma tentativa de receber um mimo, nem que seja tirado a ferros, só porque o dia foi cansativo e eu quero ouvir.

S: Sim, eu até te trocava por uma mais bonita...

[Uns segundos depois, bem baixinho:]

S:... mas não há!

E levantei-me e dei-lhe um beijo. Porque é nestas alturas que vejo que sou uma imbecil por querer ouvir o que me apetece, quando me apetece, mesmo sabendo que o meu namorado odeia isso. Porque ele está sempre ali para mim. Sempre. E é nestas alturas que vejo o quanto ele é importante para mim e que eu já não faço sentido sem ele.
O Amor é o único sentimento que não é único. Não existe sozinho, como a Paixão, a Inveja, o Ódio ou qualquer outro. O Amor é uma mistura de sentimentos. Porque há alturas que odeio que ele deixe a cozinha desarrumada ou porque adormeceu no sofá. E há alturas que tenho inveja da sua calma e da maneira relaxada com que encara a vida. E há outras em que me apaixono por ele, vezes sem conta, no mesmo dia.
Porque o Amor é a mistura. Porque no fim disto tudo, amo-o como nunca amei ninguém.

|Imagem - Eva Longoria e Tony Parker|