Amuleto

Não sou nada dada a amuletos, mas o que é certo é que há um objecto do qual não me consigo separar. Posso mudar de mala ou sair de casa para ir comprar algo levando apenas a carteira, que esse objecto raramente fica esquecido. Faço-o quase sempre de forma involuntária, mas faço-o. Não sei porquê, nem me lembro de quando começou a andar comigo. Não transporta consigo qualquer superstição nem o associo a nada de sorte ou azar. Trago-o comigo e ponto final.
É um ganchinho que usava em pequena. A minha Mãe diz que eu tinha nas cores todas para combinar com os vestidos. E quando ia ao Pediatra este dizia sempre: «lá vem a menina dos ratinhos.»
Os olhos já caíram - eram prateados - e a cauda dobrou-se. Mas é o meu amuleto. Talvez porque ele encerra memórias que não quero perder. Memórias da minha infância. Essa fase maravilhosa da nossa vida que tem o melhor do mundo: ser-se feliz... Porque sim.

|Imagem - Minha|