Há uns dias, uma amiga ligou-me para me convidar para a festa de aniversário surpresa do namorado. Como sou das amigas mais antigas dele, também me pediu para lhe dar algumas sugestões de amigos - que ela, eventualmente, não conhecesse - e confessou-me que estava hesitante em convidar um dos amigos dele porque nós tínhamos sido namorados e ela não sabia se me incomodava a presença dele. Foi simpática, mas não havia qualquer problema. Já foi há tanto tempo que mal lembro.O fim das relações passa sempre por vários estágios. Primeiro atravessamos a fase em que temos a certeza absoluta que o tipo é um imbecil e que não tarda nada - tipo 10/15 minutos - vai-se arrepender e voltará de joelhos a implorar o nosso perdão. É a fase da negação da sou-a-mulher-mais-infeliz-do-mundo-e-nunca-ninguém-sofreu-o-que-estou-a-sofrer-e-isto-é-muito-pior-do-que-a-fome-em-África-ou-o-cancro-da-próstata. E então se ele teve o descaramento de proferir a frase «podemos ser amigos, que dizes?», aí sim, é grave. Não. Se nós fomos os responsáveis pelo fim, sim, queremos ser amigos para atenuar o sentimento de culpa; agora se fomos as vítimas, a amizade está fora de questão e só desejamos que um pesado com atrelado lhe passe por cima.
Depois vem a fase em que só pensamos nele 298 vezes por dia, e este valor vai diminuindo com uma série de factores, cujas variáveis mudam de pessoa para pessoa: pensar mais em nós, estarmos com os amigos, pensar mais em nós, conhecer pessoas novas, pensar mais em nós, sair mais...
De seguida vem a fase em que se o virmos num bar, restaurante ou até mesmo na rua, já vai sendo suportável a sua presença. Bem, se ele vem acompanhado com alguma marafona pindérica - mesmo que ela até seja, sei lá, a namorada do amigo -, voltamos a ficar em baixo, mas com a certeza que a pindérica não estava tão gira como nós.
E por fim vem a fase em que arrumamos os bonecos de vudu e já não nos incomodam minimamente. Esta fase é superada com a conjugação de um enorme amor-próprio e, se acontecer, com um novo amor. Não é que eu ache que as novas relações sirvam para esquecer outras, mas seria hipócrita se dissesse que não ajuda.
Depois vem a fase em que só pensamos nele 298 vezes por dia, e este valor vai diminuindo com uma série de factores, cujas variáveis mudam de pessoa para pessoa: pensar mais em nós, estarmos com os amigos, pensar mais em nós, conhecer pessoas novas, pensar mais em nós, sair mais...
De seguida vem a fase em que se o virmos num bar, restaurante ou até mesmo na rua, já vai sendo suportável a sua presença. Bem, se ele vem acompanhado com alguma marafona pindérica - mesmo que ela até seja, sei lá, a namorada do amigo -, voltamos a ficar em baixo, mas com a certeza que a pindérica não estava tão gira como nós.
E por fim vem a fase em que arrumamos os bonecos de vudu e já não nos incomodam minimamente. Esta fase é superada com a conjugação de um enorme amor-próprio e, se acontecer, com um novo amor. Não é que eu ache que as novas relações sirvam para esquecer outras, mas seria hipócrita se dissesse que não ajuda.
|Imagem - Sarah Jessica Parker e Chris Noth|
23 comentários:
Depende muito das pessoas.
Um factor que ajuda a ultrapassar é a distÂncia. esqueces mais facilmente se não vires.pessoalmente, quando acabo com alguem, prefiro mesmo dar um tempo. a história de permanecermos amigos dá geralmente falsas esperanças. é demasiado tortuoso para quem ouviu um "já chega" quando não estava à espera.
Tenho uma ex namorada de há um ano já (desde que acabámos) e ela segue anónimamente o meu blog, e fazia comentários ofensivos em anónimo até eu proibir tal no blog. depois disso adoptou uma técnica de criar um blog e falar mal de mim lá. é tudo muito relativo de pessoa para pessoa.
Sim, Ricardo.
Cada um tem a sua forma de encarar, baseado na experiência.
Lamento o que aconteceu contigo. Espero que tudo se resolva!
Bolas! E pensava eu que era mau por desejar regar malta com gasolina! Afinal parece que não estou só!
Muito boa descrição :D
No fundo, são mesmo essas as fases depois do fim de uma relação. E conclui-se, que com o devido tempo, tudo passa, mesmo que não haja uma nova relação (embora concorde que esta facilita e ajuda muito). Claro que há excepções, há quem não consiga esquecer e nem queira, há quem fique obcecado... tudo depende das pessoas, que são todas diferentes umas das outras.
Gostei do post. :)
Beijinhos :)
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Acho que faz parte do processo de recuperação passar por essas fases :)
Tenho de concordar querida...
Eu acho que depende e muito, da forma commo a relação terminou. Mas também acho que não há nada que o tempo não apague ;-)
Eu nao sei lidar ainda... ao fim de 2-3meses, mas pelos vistos há gente que demora mais a digerir o assunto...
distância, amigos e tal e coisa... mas eu tenho é saudades =(
Adorei o post!
Acho que o aceitar do fim de uma relação, o esquecer e até o perdoar (sim, porque acho que para seguirmos temos de perdoar o sofrimento que causaram e o que causamos também), não depende apenas das pessoas (diferentes pessoas diferentes reacções) mas também das relações... Há relações mais profundas que outras, com mais ou menos cumplicidade, entre outras coisas.
É isso mesmo!;)
Há fins de relações e fins de relações! LOL
Enfant, é ver o que suja menos! ;p
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Amelie, :)
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Sorriso, concordo com tudo. Cada um vive a separação da sua forma e acho que até mesmo a relação [a sua intensidade, por exemplo] influencia a separação.
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Nokas, sim, de uma forma ou de outra... Talvez há quem passe por mais estágios e há quem omita outros. Depende, não é? É subjectivo.
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Minnie, obrigada, querida!
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Bêzinha, o tempo... Cura [quase] tudo.
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Ju, as saudades são o pior. Eu sei, minha linda. Força!
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Shiine*, ;)
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Dri, sim, claro. Quanto ao perdoar, eu só avancei na vida, quando foi comigo, depois de me perdoar. Eu tinha muito que me perdoar, também.
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Bé*, bem-vinda!
:)
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Saltinho, há mesmo!
[lol]
Fosse sempre assim, querida! :)
Cat, :)
Exactamente o que se passou comigo :P Felizmente estou na parte de um enorme amor-próprio :P
sonhosdeumarapariga, que bom!
:)
Olá gostei muito do teu texto, identifiquei-me completamente com ele até porque infelizmente estou a viver a situação que defines... Mas felizmente já estou a arrumar o assunto. mas que custa custa...
Bridget-Jones, sê bem-vinda!
Lamento o que leio...:(
Lamento que estejas a passar por isto - porque sei o que é, já o passei - mas garanto-te que há poucas coisas que o tempo não cura. E esta é uma daquelas onde o tempo é o melhor remédio.
Falar é fácil, sei, mas é possível. Acredita!
Tudo de bom! :)
Gostei imenso do texto, acho que descreve perfeitamente a realidade destas situações. E pior, é o retrato das fases que me esperam nos próximos tempos porque, infelizmente, estou no rescaldo de uma relação. Sinceramente não sei porque fase estou a passar, acho que não consigo delimitar da mesma forma como estão descritas mas, apesar disso, acredito que o tempo vai ser meu amigo e mostrar-me que não há nada melhor que o amor-próprio, os amigos e o blog para superar a perda de um amor. E quando se perde esse amor para outra pessoa, assim em menos de um mês? Puuuff...
Pam, antes demais, sê bem-vinda!
Lamento o que leio, mas reforço isto [por conhecimento de causa; comigo não há o «falar é fácil», sei mesmo]: se tentares, todos os dias um pouco, agarrares-te a tudo isso e tentares gostar cada vez mais de ti, passa. Prometo-te que passa.
Beijinho especial, Pam*
Ora nem mais..
The Schnoof, :)
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