... no Domingo, fomos jantar com os meus Pais e a minha Mãe preparou-me uma surpresa daquelas: fez para a sobremesa um doce que a minha Avó fazia. Um puré de abóbora com canela. A minha Avó chamava-lhe mexuda e é uma delícia.
E aquele cheiro, aquele sabor, fizeram-me logo recuar no tempo até à altura em que a Avó estava entre nós. Ainda consigo contar todas as rugas da minha Avó. Todas. As do rosto e as das mãos. Todas elas contavam uma história. E sempre uma história de coragem.
Sinto falta da minha Avó hoje como do dia em que a perdi. E é nestes pequenos detalhes, como provar um doce ou usar uma expressão só dela, que eu cada vez mais tenho a certeza que as pessoas só morrem quando nós nos esquecemos delas. A minha Avó está neste doce, está nas primeiras rugas da minha Mãe e das minhas tias, está no sorriso dos netos, está no olhar dos bisnetos... Está aqui como se estivesse mesmo. Afinal o que nos separa da morte? Não sei. Mas talvez o que dantes era um corpo, passa agora a ser memória. Uma memória que eu prometo não esquecer.
E aquele cheiro, aquele sabor, fizeram-me logo recuar no tempo até à altura em que a Avó estava entre nós. Ainda consigo contar todas as rugas da minha Avó. Todas. As do rosto e as das mãos. Todas elas contavam uma história. E sempre uma história de coragem.
Sinto falta da minha Avó hoje como do dia em que a perdi. E é nestes pequenos detalhes, como provar um doce ou usar uma expressão só dela, que eu cada vez mais tenho a certeza que as pessoas só morrem quando nós nos esquecemos delas. A minha Avó está neste doce, está nas primeiras rugas da minha Mãe e das minhas tias, está no sorriso dos netos, está no olhar dos bisnetos... Está aqui como se estivesse mesmo. Afinal o que nos separa da morte? Não sei. Mas talvez o que dantes era um corpo, passa agora a ser memória. Uma memória que eu prometo não esquecer.
11 comentários:
Os doces da avo, são sempre uma maravilha xD
Sinto exactamente o mesmo que tu!
É tão bom olharmos para as mulheres da nossa vida! Elas que nos deram tudo aquilo que somos hoje, desde a fisionomia aos princípios.
É bom sabermos que somos fruto de grandes vivências!
São tão reconfortantes essas lembranças de coisas tão simples, mas que nos reportam a momentos tão mágicos e calorosos.
Beijo
E as memórias tornam-se tantas vezes tão reais com pequenas coisas, sabores, cheiros..não é?
Beijo
O que nos separa da morte é meramente o tempo, pois mais tarde ou mais cedo acredito que nos voltaremos a encontrar com as pessoas que amamos. Estas pessoas tão especiais para nós, que nos ajudaram e contribuiram para sermos o que somos hoje já mais serão esquecidas. Seja uma comida, um lugar, uma frase, isto irá fazer-nos lembrar sempre aqueles que perdemos e amamos.
Beijinho*
S., se são! :)
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Querida JG, emocionei-me com o teu comentário. É isso. Sem tirar, nem pôr.
:)
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Cat Narizinho, sem dúvida. :)
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Raquel, e viverão sempre na nossa lembrança.
Beijinho*
cresci a pensar que avós eram "para sempre", foi duro ver partir o meu avô...
quando o visitei ele perguntou-me: "nininha, o nosso Porto?"
e eu "sempre em grande avô... este fim de semana já o vais ver na Tv lá de casa"...
isso não aconteceu.
...
esse doce deve ser uma delícia, tal como a tua avó :)
beijinhos
Art. Soul, oh querida... Lamento :(
Este doce é especial. Porque é 'O' doce da minha Avó. Mas a Avó era muuuuito mais doce ainda. :)
Beijinho, querida!
Neste momento já nem tenho avós, mas lembro com especial ternura a minha avó materna, sempre de sorriso na cara (também ela cheia de rugas) e sempre com a mesa farta, mesmo quando a reforma era miserável... As avós têm aquele dom de transformar pequenas coisas, as mais simples, em miminhos reconfortantes... e a minha costumava fazer as melhores sopas e os melhores pratos para mimar a família nos almoços de domingo. E também por isso, não há domingo que não me lembre dela...
Dulce, e é exactamente por esse motivo que eles não morreram... Escusava era de custar tanto a saudade...
Beijinho especial*
Este post é simplesmente lindo ... a minha avó fazia-me rabanadas mesmo sem ser no Natal e hoje se fechar os olhos acho que ainda consigo sentir o cheiro! Apesar de ainda estar connosco, já nao me consegue dar os mimos de que tanto gostava ... agora são os netos que a mimam ... no pouco tempo que nos resta.
Perdi a cabeça, sê bem-vinda!
Nunca parem de mimar a vossa Avó enquanto ela está entre nós. Garanto-te que irá suavizar a dor da perda. A inevitável perda.
E é curioso mas a minha Avó - ainda tenho a outra Avó, felizmente - também me faz rabanadas fora do Natal.
São maravilhosas as nossas Avós, sem dúvida!
Beijinho especial*
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